sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

MUNDAMUNDISTAS DE VOLTA

Por Malu Crespo, Belém, Pará, Brasil.

Foi com muita surpresa que recebi um email com o convite para um show dos Mundamundistas em Salvador na próxima semana.

Imagine vocês que no auge do axé, as micaretas pipocando por todo canto, surgiu uma banda com uns malucos tocando uma música lúdica, vanguardista no meio do baticum de todos os Santos na Bahia de São Salvador.

O grupo era composto inicialmente(suponho) por amigos de infância que partilhavam do mesmo e simples desejo de fazer da música um instrumento pra melhorar o mundo. Lendo assim parece ingênuo e até um pouco cafona, mas a verdade é que esses parceiros de devaneio, não só concretizaram a fantasia, como se tornaram uma lenda musical Soteropolitana.

Lembro do primeiro show que vi deles. Muita gente no palco, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e performances brilhantes. Ficava clara a conexão e importância indispensável de cada componente. Os Mundamundistas não tinham um líder como ocorre em outras bandas, apenas irmãos compartilhando do mesmo objetivo de divertir e levar esperança e amor aos corações que os ouviam extasiados. Essa foi a minha sensação.

Eles conseguiam lotar os shows por onde tocavam. Grande parte do mérito deste sucesso vinha das letras inteligentes, desempenho marcante e música de qualidade. Mas vamos combinar que um dos pontos mais fortes eram os próprios Mundamundistas (risos). Uns seis, sete, oito ou mais caras (todo dia chegava mais um integrante), super fofos, com roupas descoladas , discurso de bons meninos, marotos, bons de bico, nada comportados e com uma pitada do tempero picante da Bahia. Era a combinação perfeita. Então basicamente os shows funcionavam assim. As meninas iam em peso pra ver os Mundamundistas e os meninos iam porque sabiam que no show deles ia chover mulher.KKK... Um Marketing perfeito. Isso tudo aliado ao som que era muito bom, acabou fazendo dos Mundamundistas uma espécie de Novos Baianos dos anos 90. Só que bem mais lindos, mais cheirosos e menos gays (Gargalhadas).

O sucesso só aumentava , os shows enchiam cada vez mais e junto com isso os cachês engordavam, certo rei? Errado! A cada espetáculo era incorporado a trupe novos componentes, sempre bem vindos e recebidos de braços abertos. Porém o que se dividiria por seis, começou a ser dividido por doze, treze e assim por diante. Mais uma marca dos Mundamundista. Melhor ter amigos na praça que dinheiro no caixa. Além dos “rostinhos bonitos” e boas apresentações , os Mundamundistas eram uma irmandade, onde o que se exercitava era a solidariedade, generosidade, amizade , amor e dignidade. Todos que tiveram de alguma forma ligada a eles, seja no grupo ou na platéia, tiveram seus corações e mentes modificadas de alguma forma. Fica aqui meu agradecimento por ter tido inúmeros momentos ao lado desses Don Quixotes Baianos e ter aprendido muito. Sem esquecer que eles foram a trilha sonora que embalou o meu reencontro com minha alma gêmea nesta vida.

O email que recebi classifica os Mundamundistas como Gigantes da Música Soteropolitana. Não querendo desmerecer e sim complementar, comparo os Mundamundistas ( plagiando os mesmos), com o Sol que brota da terra a cada dia e o amor renasce. Confesso que sempre cantei essa música como um mantra nas horas mais difíceis e ela sempre me foi acolhedora e confortante.

Fico triste de não poder estar de corpo presente neste retorno tão esperado por todos , mas fico aqui , do início de tudo , do meio da Selva Amazônica, mandando toda a energia das forças da natureza e torcendo para que “Deus Arme sua tenda” sobre vós. Sejam Bem Vindos Novamente.

Love, love, love...

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